Um néscio discursando aos porcos e aos gansos em 2018
O velho irlandês estava certo:
os piores são tão intensos
que os melhores sucumbiram
ante a fraqueza da tentação.
Voltamos ao apóstolo —
não existem inocentes.
Onde está a cerimônia
da inocência que reverteria
a segunda vinda?
Os melhores e os piores
estão na mesma areia movediça;
a intensidade apaixonada
deles é um perigo
para a convicção dos poucos
sentinelas que sobraram.
Daqui pra frente,
será bomba no correio e nas escolas,
sangue no concreto
e o espírito a se consumir
no fogo da ignorância.
O resto é a tempestade
a ecoar nos meus ouvidos,
à espera do aviso correto
entre o falcoeiro e o falcão,
para a memória e o tempo
atacarem a carne podre
de cada
um.